Os Problemas do Setor Energetico no Mexico: Um Panorama Atual
No início do século XX, o México era um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Nos anos 1920, estava atrás apenas dos Estados Unidos. Durante décadas, receitas da exploração do “ouro negro” representaram entre 30% e 40% do orçamento governamental. Hoje, no entanto, o cenário mudou drasticamente. Os EUA agora são responsáveis por 60% do abastecimento de gás natural e 65% da gasolina consumida no México, enquanto a produção de petróleo mexicano está em declínio.
Apesar de a geologia no lado mexicano do Golfo do México ser semelhante à americana, a exploração do recurso natural é muito menor. Atualmente, o México nem figura entre os 10 maiores produtores de petróleo do mundo.
Por que a Produção Petrolífera no México Caiu?
O declínio tem raízes históricas. Em 1938, o México nacionalizou toda a sua indústria petrolífera, transferindo o controle das empresas estrangeiras para o governo. A Petróleos Mexicanos (PEMEX) foi criada para explorar os hidrocarbonetos. Embora a iniciativa buscasse preservar os recursos do país, problemas como ineficiência, corrupção, baixa capacidade de investimento e excesso de burocracia afetaram a produtividade.
Como resultado, a produção de petróleo entrou em declínio, prejudicando setores altamente dependentes de energia, como o industrial.
O Impacto no Setor Industrial Mexicano
A dependência de energia acessível é crítica para o México, especialmente para sua indústria automobilística, a sétima maior do mundo. Empresas como a Nissan já produzem quase tantos veículos no México quanto no Japão. As maquiladoras localizadas próximas à fronteira com os EUA precisam de fornecimento de energia barata e confiável para manterem a competitividade.
A Reforma Energética de 2013 e Seus Efeitos
Em 2013, o então presidente Enrique Peña Nieto implementou uma reforma energética histórica, encerrando o monopólio da PEMEX. Isso atraiu US$ 160 bilhões em investimentos, permitindo:
Construção de gasodutos para importar gás natural barato dos EUA.
Abertura de postos de gasolina privados.
Construção de novas usinas de energia.
Essas mudanças modernizaram o setor energético e criaram maior eficiência.
O Retrocesso com AMLO e a Nova Direção com Sheinbaum
Com a eleição de Andrés Manuel López Obrador (AMLO) em 2018, muitas reformas foram revertidas. Entre as medidas polêmicas estão:
Fim da licitação para novas usinas de geração de eletricidade.
Investimento em refinarias estatais, como a de Tabasco, que custou US$ 16 bilhões, o dobro do estimado.
Nacionalização de minas de lítio, criando uma estatal para explorar o mineral usado em baterias.
Essas ações limitaram os investimentos em energia renovável e ampliaram a produção de combustíveis fósseis, agravando problemas ambientais e aumentando os custos para consumidores.
A chegada de Claudia Sheinbaum ao poder traz esperança de mudanças. Cientista com foco em mudanças climáticas, ela promete aumentar os investimentos em renováveis e descarbonização. Segundo o World Resources Institute, isso pode gerar um aumento de 3,5% nos empregos e de 1,6% no PIB se for implementado com sucesso.
O Futuro da Transição Energética no México
Atualmente, 80% da eletricidade mexicana vem de combustíveis fósseis, colocando o país entre os únicos dois membros do G20 que não assumiram o compromisso de zerar suas emissões de carbono. A transição para fontes renováveis, como solar e eólica, é uma necessidade urgente, mas enfrenta desafios políticos e econômicos.
Se Sheinbaum conseguirá transformar o cenário energético mexicano, apenas o tempo dirá. Contudo, a pressão por mudanças sustentáveis está crescendo.
Acesso à Energia Renovável no Brasil
Enquanto o México enfrenta desafios na transição energética, os brasileiros já têm à disposição soluções acessíveis para reduzir custos e contribuir com o meio ambiente. Com a geração distribuída, você pode aproveitar os benefícios da energia solar para economizar na conta de luz e proteger o planeta.
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