AIE: Aumento da energia solar fara com que a energia do carvao desapareça apos 2030
A Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que a rápida expansão da energia solar ajudará a reduzir a dependência do carvão até 2030, impulsionando o mundo para uma nova "era da eletricidade" com foco em fontes renováveis.
A geração global de eletricidade a partir da energia solar quadruplicará até 2030, ajudando a reverter o uso do carvão, de acordo com dados analisados pela Carbon Brief a partir da Agência Internacional de Energia (AIE). O mais recente World Energy Outlook 2024 da AIE, disponível aqui, mostra que a energia solar ultrapassará a nuclear, eólica, hidrelétrica, a gás e, por fim, o carvão, tornando-se a maior fonte de eletricidade do mundo até 2033. Esse aumento da energia fotovoltaica ajudará a iniciar uma "era da eletricidade", diz a agência, onde a rápida expansão da eletricidade limpa e a maior eficiência "inerente" levarão ao declínio dos combustíveis fósseis.
Como resultado, as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) relacionadas à energia deverão atingir um pico em 2025, segundo a AIE. Outros destaques da análise da Carbon Brief sobre as últimas projeções da AIE incluem:
As energias renováveis crescerão 2,7 vezes até 2030, abaixo da meta de triplicar estabelecida na COP28.
Ainda assim, a energia limpa está crescendo em uma "taxa sem precedentes" e ultrapassará carvão, gás e petróleo para se tornar a maior fonte de energia do mundo “em meados da década de 2030”.
A energia de baixo carbono, incluindo renováveis e nuclear, aumentará 44% até 2030, adicionando 48 exajoules (EJ) ao fornecimento global de energia.
A demanda global de energia subirá apenas 34 EJ (5%) no mesmo período.
Isso significa que a energia limpa reduzirá o consumo de todos os combustíveis fósseis até 2030.
Agora espera-se que os veículos elétricos (VEs) substituam 6 milhões de barris de petróleo por dia (mb/d) até 2030, acima da previsão anterior de 4 mb/d.
Apesar desse progresso, o mundo está no caminho para reduzir as emissões de CO2 em apenas 4% abaixo dos níveis de 2023 até 2030, resultando em um aumento de temperatura de 2,4 °C acima dos níveis pré-industriais, alerta a agência. O relatório também afirma que existe um caminho “cada vez mais estreito, mas ainda possível” para manter o aquecimento abaixo de 1,5 °C, o que exigiria mais eletricidade limpa, uma eletrificação mais rápida e uma redução de 33% nas emissões até 2030.
A Era da Eletrificação
Um tema central das perspectivas deste ano é a ideia de que o sistema energético global está entrando em uma nova era, caracterizada pelo rápido crescimento da demanda por eletricidade — em especial devido à eletrificação de meios de transporte — e pelo aumento no fornecimento de eletricidade limpa. Em um comunicado de imprensa que acompanha o relatório, Fatih Birol, chefe da AIE, chama essa nova fase de “era da eletricidade”, em contraste com as eras anteriores do carvão e do petróleo. (A “era de ouro do gás”, prevista pela AIE em 2012, foi prematuramente encerrada pela crise energética global após a invasão russa à Ucrânia.)
Birol destaca: “O futuro do sistema energético é elétrico” e está “se movendo rapidamente” em direção a uma base mais limpa de eletricidade. No prefácio do relatório, ele acrescenta que “a eletricidade limpa é o futuro”.
Energia solar liderando a transição energética
A AIE afirma que a demanda por eletricidade deverá crescer seis vezes mais rápido do que a demanda global por energia até 2035. Com a energia solar tornando-se mais barata do que os combustíveis fósseis em quase todas as regiões, essa diferença será crucial para acelerar a transição energética.
Embora a capacidade solar global seja atualmente 40 vezes maior do que em 2010 e a capacidade eólica seja seis vezes maior, o crescimento da eletricidade limpa ainda não está acompanhando o aumento da demanda. Como resultado, o uso de carvão subiu 23% desde 2010 e o de gás, 36%, aumentando as emissões no setor em 20%.
Agora, o cenário está mudando. A AIE afirma que é mais barato construir projetos de energia solar e eólica do que novas usinas de combustíveis fósseis, mesmo considerando os custos adicionais para gerenciar a variabilidade dessas fontes.
A quantidade de eletricidade gerada pela energia solar deve quadruplicar em relação aos níveis de 2023 até 2030, e crescer mais de nove vezes até 2050. Isso significa que o modal fotovoltaico ultrapassará a nuclear, hidrelétrica e eólica em 2026, o gás em 2031 e, finalmente, o carvão em 2033 para se tornar a maior fonte de eletricidade do mundo.
O papel da China na expansão das renováveis
A AIE destaca que a China foi responsável por 60% das instalações de energias renováveis no mundo em 2023 e continuará a adicionar 60% da nova capacidade até 2030. Até o início da década de 2030, a geração solar da China deverá exceder a demanda total de eletricidade dos EUA.
Acesso à Energia Renovável em Casa
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