China aposta em energias renovaveis para alcançar sua independencia energetica

Com 33% das emissões de CO2 globais, a importância da China na transição energética global é inegável - e há boas notícias no horizonte. De acordo com a Perspectiva de Transição Energética 2024 da Det Norske Veritas (DNV), a China busca aumentar sua geração de eletricidade limpa em 5 vezes, saindo de 30% da sua matriz energética para 88% até 2050.

Crescimento da Energia Solar na China

Merece destaque o aumento de produção de energia solar chinesa, que saiu de 1% do total para 5% nos últimos 10 anos e deve chegar a 38% da geração de eletricidade do país até a metade deste século. Isto significa uma redução de 8 gigatoneladas de CO2 na atmosfera entre agora e 2050, superando em três vezes os esforços de redução de emissões da União Europeia. Além disso, isso significa também um belo desconto na conta de luz da população da China, haja vista que o modal fotovoltaico é a energia elétrica mais barata que há.

Independência Energética como Objetivo Estratégico

Um dos grandes objetivos do governo chinês, segundo o relatório, é a segurança energética nacional, embora o governo ainda esteja longe de alcançá-lo. “Descobrimos que ela (independência energética) será apenas parcialmente alcançada em meados do século, quando a China ainda importará quantidades consideráveis ​​de petróleo e gás”, disse Remi Erikson, presidente do grupo e CEO da DNV. Ele também acrescentou que: “Na nossa opinião, existe potencial para a China acelerar a sua transição para reduzir ainda mais e com maior velocidade a sua dependência destas fontes – e para aproximar a China das emissões líquidas zero até 2050.”

Além do investimento pesado em energias renováveis, a China planeja aumentar sua produção interna de carvão com o objetivo de se livrar das importações do mineral. Entretanto, a utilização de gás e petróleo estará sempre dependente de importações. De acordo com o relatório, ambos continuarão a ser utilizados na petroquímica e no transporte pesado (navegação e aviação) - porém, a DNV prevê que o consumo diminua para metade até 2050.

Uma Mudança para uma Geração de Energia Mais Limpa

Prevê-se que o consumo de energia da China atinja o seu pico em 2030 e depois caia drasticamente em 20% até 2050, devido a dois fatores: (1) medidas de eletrificação (como por exemplo os veículos elétricos) e eficiência e (2) uma diminuição da população de 100 milhões de pessoas. Sobre o primeiro fator, um dado um pouco assustador é a quantidade de energia desperdiçada por automóveis a combustão. Apenas 20% da energia da gasolina é utilizada para movimentar o carro, sendo os 80% restantes desperdiçados.

Por eletrificação, entende-se a substituição de tecnologias ou processos que utilizam combustíveis fósseis, como motores de combustão interna e caldeiras a gás, por equivalentes movidos a eletricidade, como veículos elétricos ou bombas de calor. Estas substituições são normalmente mais eficientes, reduzindo a procura de energia bem como o preço da conta de luz, e têm um impacto crescente nas emissões à medida que a produção de eletricidade é descarbonizada.

Melhorando a Eficiência Energética

Melhorar a eficiência energética é um componente-chave da estratégia energética chinesa. A DNV acredita que até 2035 o custo da energia fornecida à economia por valor unitário diminuirá 33%. Merece destaque o setor de transportes do país que deve melhorar sua eficiência energética em 75% até 2050.

Investindo em Energias Renováveis

Em 2023, a China foi responsável por um terço das emissões globais de CO2 relacionadas com a energia, sendo a maior parte dessas emissões devido à queima de carvão. Até 2050, tal proporção cairá para 22%. “No entanto, a DNV considera que as emissões provavelmente atingirão o pico em 2026, bem em linha com a meta oficial de atingir o pico 'antes de 2030', diminuindo gradualmente em dois terços até 2050”, diz o relatório.

A China foi responsável por adicionar 35% e 40% de novas fontes de geração de eletricidade a partir dos modais fotovoltaico e eólico, respectivamente, em 2022. Além disso, manterá uma elevada contribuição proporcional de nova capacidade renovável até meados do século.

Além de beneficiar o povo chinês, a introdução de energia limpa e eficiente terá uma influência significativa no movimento mundial em direção à descarbonização. A China deverá sair da sua atual posição de sexto lugar do mundo mais eletrificado para o primeiro nas próximas três décadas.

Apesar das famílias chinesas ficarem mais ricas com o passar dos anos, a eletrificação contínua e um impulso político para a eficiência energética farão com que o consumo final de energia diminua 20% até 2050 depois de atingir seu pico em 2030.


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