Emissões de CO2 na Europa atingem o menor nível em 60 anos devido ao crescimento das energias renováveis
Devido à rápida expansão das energias renováveis, especialmente a energia solar e a eólica, e um menor gasto energético em toda União Europeia (UE), ocorreu uma queda de 8% nas emissões de dióxido de carbono (CO2) no bloco. É o que diz um estudo publicado na quarta-feira pelo Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA, em inglês), que é uma organização focada na pesquisa acerca da poluição atmosférica.
De acordo com a CREA, os níveis anuais de emissões de CO2 provenientes de combustíveis fósseis em 2023 não eram vistos desde o início da década de 1960. A diminuição anual foi a segunda mais acentuada do bloco - a primeira foi em 2020, um ano fortemente influenciado pelos confinamentos e restrições da Covid-19.
A análise também revelou que mais de metade do declínio – aproximadamente 56% – é atribuída à rápida expansão das fontes de energia solar e eólica, bem como a recuperação do modal nuclear. Os dois grandes catalisadores desse movimento foram a invasão russa à Ucrânia, que forçou a UE a reduzir a sua dependência de petroestados como a Rússia e a redução da geração de eletricidade a partir do carvão. Sobre este último ponto, o estudo mostrou que as emissões provenientes do mineral diminuíram 25% em relação a 2022. Já as emissões relacionadas ao gás e ao petróleo caíram 11% e 2%, respectivamente. Conforme escrevemos anteriormente, o carvão mineral é a fonte de energia mais maléfica tanto à saúde quanto ao meio ambiente, ressaltando a importância da transição para fontes de energia limpa como a solar e a eólica. Saiba mais sobre a redução das emissões de CO2 na Europa
No primeiro semestre de 2023, cerca de 33% da eletricidade europeia foi gerada a partir de combustíveis fósseis – a porcentagem mais baixa já registrada pelo bloco. A meta da UE para 2030 é que 42,5% da energia gerada pelos países-membros seja de energias renováveis, o que exigirá que os europeus dobrem sua produção de energia fotovoltaica e eólica. Leia mais sobre a redução do uso de combustíveis fósseis na geração de eletricidade na Europa
O restante do declínio nas emissões de CO2 (cerca de 44%) é atribuído a uma diminuição na procura de eletricidade devido a melhores condições meteorológicas, bem como a reduções em outros setores, principalmente na indústria e nos transportes. Sobre este último, em março de 2023, a UE aprovou a proibição da venda de automóveis movidos a combustíveis fósseis até 2035, com objetivos intermediários de redução de 55% das emissões de CO2 para automóveis novos e de 50% para vans novas até 2030, em relação aos níveis de 2021. Veículos movidos a combustíveis sintéticos, como o etanol, estão isentos da proibição.
O resultado foi comemorado por Isaac Levi, um dos analistas da CREA. “Em 2023, as emissões de CO2 da UE caíram para níveis semelhantes aos da geração dos meus pais nos anos 60. No entanto, durante este período, a economia triplicou, mostrando que as alterações climáticas podem ser combatidas sem renunciar ao crescimento económico”, disse o analista.
Mais investimentos serão necessários
De acordo com o Financial Times, para a UE atingir a meta de descarbonização absoluta até meados deste século exigirá investimentos anuais de cerca de 1,5 trilhão de euros entre 2031 e 2050 (quase 9 trilhões de reais), cuja maior parte será destinado à energia solar e eólica. Embora o custo aparente seja enorme, ele ainda é muito menor do que o encargo financeiro causado pela inércia. Por exemplo, caso as metas do Acordo de Paris sejam cumpridas e o aumento da temperatura fique dentro do limite de 1,5°C, isto pouparia ao bloco cerca de 2,4 trilhões de euros em perdas econômicas relacionadas às alterações climáticas, bem como 2,8 trilhões de euros de combustíveis fósseis que não serão mais importados. Além disso, como as energias renováveis tendem a ser mais baratas que as fósseis, isto também significaria um belo desconto na conta de luz para o consumidor europeu. Saiba mais sobre os investimentos necessários para descarbonização na Europa
Vale lembrar que de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a Europa é o continente com o aquecimento mais rápido do mundo, aquecendo a uma taxa quase o dobro de qualquer outro continente do mundo desde a década de 1980. Leia o relatório completo da OMM sobre o aquecimento na Europa
Acesso à Energia Renovável em Casa
Através da geração distribuída, muitos brasileiros podem obter descontos na conta de luz utilizando energia solar, contribuindo para um ambiente mais limpo. Deseja saber como? Entre em contato conosco pelo WhatsApp.