Energia Nuclear - O Retorno
Em 2016 o então candidato (e hoje governador da Califórnia) Gavin Newsom fez a seguinte declaração acerca da Usina Nuclear de Diablo Canyon, localizada em seu estado: "Não consigo imaginar essa unidade funcionando após 2025"- ano em que sua licença de operação acabaria. Porém, no ano passado, os legisladores californianos - com o aval de Newson - estendeu a vida útil de Diablo Canyon por mais 5 anos.
A Califórnia não está sozinha - ao redor do mundo a energia nuclear está voltando à pauta dos governos. A Bélgica também prorrogou as licenças de funcionamento de suas centrais atômicas, os franceses têm planos de construir mais 14 unidades do modal nos próximos anos e o Japão reativou nove dos seus reatores que haviam sido desligados após o acidente de Fukushima. Há também notícias de que o Reino Unido, a Polônia e a República Checa estão desenvolvendo planos para construir novas usinas nucleares.
Não é preciso muito esforço para entender os motivos do retorno do átomo. "Gás natural dispara 23% com receios de diminuição da oferta", noticiou a mídia portuguesa no segundo semestre do ano passado. "Barril de petróleo dispara depois de ataque de Israel ao Irã", foi a manchete do jornal brasileiro Poder360 depois do recente atrito entre os dois países do Oriente Médio. "Ucrânia nega permissão de trânsito de gás russo em direção à Europa", disse o conglomerado de comunicação Bloomberg no mês passado. "Oficial ucraniano coordenou ataque ao oleoduto Nord Stream (gasoduto no Mar do Norte que transportava gás natural russo para a Alemanha)", publicou o Washington Post.
Podemos resumir todas as notícias no parágrafo anterior como: "Depender de combustíveis fósseis causa muita instabilidade". Além da flutuação natural dos preços, há também o problema geopolítico: países produtores de petróleo/gás natural são conhecidos por se envolverem em confusões e há exemplos disso em todos os continentes, inclusive o nosso: a Venezuela está querendo anexar o território de Essequibo, que pertence à Guiana.
Por muitos anos a energia nuclear foi vista como vilã e os motivos para tal não são totalmente infundados. Sim, acidentes podem acontecer mesmo em países muito confiáveis - Fukushima está aí para provar o ponto. Também temos o problema do lixo nuclear, que por mais que o volume seja mínimo, ainda sim é preciso colocá-lo em algum lugar. A questão é que como uma alternativa à força do átomo, os combustíveis fósseis se mostraram uma péssima troca.
Todo tipo de energia gera algum trade-off e por isso, o que deve ser analisado é quais são os custos e benefícios de cada modal. Se quisermos caminhar para um futuro sem a emissão de carbono, a melhor alternativa apresentada até o momento é o misto de renováveis (eólica e energia solar), hidrelétrica e nuclear. Em nosso país, por exemplo, os painéis fotovoltaicos nos telhados e nas fazendas solares poderiam produzir energia durante o dia (e também um belo desconto na conta de luz) e, à noite, os reatores de Angra 3 e as turbinas de Itaipu entraram em campo. Um excelente cenário, haja vista que a alternativa é depender de Arabia Saudita, Rússia, Irã e Venezuela para termos uma matriz energética funcional.
Deseja ter um desconto na sua conta de luz? Entre em contato conosco pelo whatsapp: https://w.app/azpower