Trump e a Energia Solar

Como o leitor deve saber, este ano haverá eleições nos EUA e o ex-presidente Donald Trump está concorrendo. Em seus anos na Casa Branca, Trump foi muita coisa, menos um ambientalista. Além de ter saído do Acordo Climático de Paris, o ex-mandatário fez dezenas - senão centenas - de declarações onde ele nega a mudança climática e, consequentemente, não vê problema na utilização de combustíveis fósseis. Segue algumas:

Dito isso, era de se esperar que a energia solar patinasse em seus anos no Salão Oval, certo? Bem, errado. "A expansão da geração de eletricidade via energia solar nos EUA quebrou recordes importantes no ano passado, correspondendo por quase 40% de toda a nova capacidade de produção", publicou a revista Scientific American em 2019 - terceiro ano da administração Trump. Um ano depois, de acordo com Solar Energy Industries Association, havia sido instalado 19 gigawatts de geração solar, o equivalente a 43% de toda nova produção energética dos EUA.

Em 2023 foram gerados 238 gigawatts de energia via sol naquele país - o que em termos práticos significa o abastecimento elétrico de 22 milhões de domicílios. Os dois estados onde a energia fotovoltaica está mais presente são a Califórnia e o Texas - e vale lembrar que este último é um grande produtor de petróleo. Atualmente, cerca de 4% de toda energia produzida nos EUA vem de tal modal

Então porque que apesar de ser uma pessoa 100% a favor dos combustíveis fósseis, a energia solar cresceu tanto nos anos Trump? Basicamente por três motivos: Queda de custos, aumento de eficiência, redução de impostos.

Se antes a energia solar não podia competir com os combustíveis fósseis em preço, hoje isso não é mais verdade. O custo do kwh gerado via painéis fotovoltaicos caiu cerca de 90% na última década. Ou seja, hoje o modal solar tem dois benefícios: além de ser politicamente correta - pois se trata de uma energia limpa - ela é também mais barata que os meios tradicionais de geração.

De acordo com um estudo publicado pelo think-tank Wood Mackenzie, a energia solar é atualmente a forma mais barata de geração de eletricidade em dezesseis estados americanos, bem como em alguns países: Espanha, Itália e Índia e etc. Grande parte da redução de custos é o resultado do aprimoramento da tecnologia que tornou a energia solar mais acessível e eficiente. O mesmo instituto acredita que em 2030 o modal fotovoltaico será a forma mais barata de produção de eletricidade em todos os estados americanos e também no Canadá e na China. 

Três tecnologias auxiliaram nesse ganho de eficiência: (1) Painéis bifaciais: as células mais modernas permitem que ambos os lados de um painel gerem energia – o que pode aumentar a produção em até 15%. (2) Módulos solares maiores: isso permite que uma maior área de superfície de cada painel gere energia e (3) rastreadores que, como o nome já diz, rastreiam o movimento do sol e alteram o alinhamento dos painéis para aumentar a captação de luz.

Porém, nem tudo é inovação. “Trump não estava necessariamente promovendo a energia solar, mas o que ele fez foi reduzir os impostos sobre as empresas”, diz Johnnie Taul, CEO da DEPCOM Power. “O que isso fez foi criar um ambiente perfeitamente adequado para que empresas competitivas pudessem florescer nos EUA", completa. Soma-se a isso certas burocracias que Trump retirou do setor o que, de acordo com Taul, fez com que as companhias de energia solar tivessem um crescimento exponencial. 

Ao contrário de Trump, Biden sempre foi um entusiasta dos programas de descarbonização. Nesta semana, o atual presidente americano anunciou 7 bilhões de dólares de investimento no modal fotovoltaico. Porém, como a história recente mostra, mesmo Trump não se importando com o tema da descarbonização, as empresas de energia limpa deverão ter um excelente desempenho graças às suas ideias econômicas. Assim, podemos dizer que seja lá qual for o resultado das eleições americanas, haverá céu de brigadeiro para a energia solar.

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