Para descarbonizar a matriz energetica sera necessario mais metais, porem, menos extracao
A transição para uma matriz energética descarbonizada exigirá mais metais para tecnologias verdes, mas paradoxalmente, menos extração de recursos naturais. Entenda como a reciclagem e avanços tecnológicos tornam isso possível.
O setor de mineração é atualmente um dos maiores responsáveis pelas emissões que causam o aquecimento global, mas está a caminho de se tornar uma das áreas mais importantes para um futuro com emissões líquidas zero. De acordo com a Bloomberg, a demanda anual por metais ligados à transição energética deve crescer cinco vezes até o meio deste século em relação aos níveis de 2023.
No entanto, isso não significa que precisaremos extrair mais minerais; pelo contrário, a quantidade total de materiais extraídos do solo deverá diminuir. Embora veículos elétricos e a infraestrutura de energia limpa – como placas solares e turbinas eólicas – exijam grandes quantidades de metal, a quantidade total de materiais que extraímos vai cair. O principal motivo desse fenômeno é que, uma vez estabelecida, a infraestrutura de energia limpa eliminará a necessidade da indústria de carvão mineral.
Menos extração graças à energia limpa
Segundo o think tank Energy Transitions Commission, o total de metais refinados necessários para atingir a emissão zero até 2050 será menor do que a quantidade de carvão minerada somente em 2023. Você pode conferir mais detalhes no relatório completo.
Vale destacar que esses números não incluem o peso total do minério extraído, que geralmente contém apenas uma pequena concentração do metal necessário. Além disso, o relatório não considera o peso do petróleo e gás retirados do solo. Isso é relevante porque, quando combinados, os combustíveis fósseis retirados do solo ainda superam os minérios extraídos atualmente.
A reciclagem: chave para a transição energética
Um ponto importante é que, ao contrário dos combustíveis fósseis, os metais que serão extraídos no futuro podem ser reciclados, o que significa que o mundo não estará preso a uma busca constante por novas fontes. Como afirmou Daan Walter, do Rocky Mountain Institute (RMI), um think tank de energia limpa: "É uma mudança de um sistema de energia linear, extrativo e de uso único para um sistema de energia multiuso, renovável e reciclado do futuro, onde o mundo captura energia solar e eólica com metais que são usados repetidamente."
Atualmente, mais da metade dos metais de transição energética (como aço, alumínio, cobre e cobalto) são reciclados após atingirem o fim de sua vida útil. A análise do RMI mostra que as capacidades de reciclagem estão aumentando rapidamente, tornando o processo de transição ainda mais sustentável.
Avanços tecnológicos que reduzem a demanda por metais
Além da reciclagem, os avanços tecnológicos já levaram a uma redução significativa no uso de metais. Por exemplo, melhorias nas capacidades de armazenamento de baterias e a substituição de certos metais por alternativas mais baratas e abundantes contribuíram para essa queda. De acordo com o RMI, sem esses avanços, o mundo estaria consumindo 138% a mais de cobalto, 127% a mais de níquel e 58% a mais de lítio – metais amplamente utilizados em baterias de íons de lítio.
É claro que a mineração não está isenta de desafios e riscos. Os recentes desastres em Brumadinho e Mariana ilustram os perigos associados à extração de recursos. No entanto, atualmente, não há alternativa viável para resolver os problemas do aquecimento global e da segurança energética sem depender da mineração e dos metais que ela fornece.
Acesso à Energia Renovável em Casa
Através da geração distribuída, muitos brasileiros podem obter descontos na conta de luz utilizando energia solar, contribuindo para um ambiente mais limpo. Deseja saber como? Entre em contato conosco pelo WhatsApp.