Tecnologia Suica reduz residuos radioativos de usinas nucleares em 80%

A energia nuclear tem vários benefícios: ela é limpa, não é intermitente e é muito barata. Durante muitos anos, os reatores nucleares foram a forma mais econômica de se produzir energia. Na França, por exemplo, cerca de 70% da eletricidade vem do modal nuclear e, por isso, os franceses têm uma das contas de luz mais baratas da Europa. Somente nos últimos anos (e depois de muito investimento) é que a energia solar ultrapassou a atômica, tornando-se a forma de geração elétrica mais barata que há - mas isso ainda não acontece em todos os países.

Porém, ela tem um problema que é a questão do lixo nuclear. Apesar de não gerarem muitos dejetos em relação à quantidade de eletricidade produzida, o lixo é altamente radioativo e, consequentemente, maléfico ao ser humano. A solução encontrada até o momento para a questão foi enterrá-lo, mas é possível também a reciclagem. Porém, uma nova tecnologia suíça promete reduzir bastante esse problema.

Desenvolvida pela start-up Transmutex, sediada em Genebra, a tecnologia – conhecida como transmutação nuclear – poderia reduzir os resíduos em 80% de acordo com o órgão nacional suíço que gere a eliminação de resíduos radioativos. O processo converte isótopos radioativos de longa vida em isótopos estáveis ​​ou de vida mais curta, reduzindo a radioatividade geral e a longevidade dos resíduos, minimizando assim o seu impacto ambiental e os requisitos de gestão a longo prazo. Segundo informações disponíveis no website da start-up, a tecnologia poderia ser utilizada em 99% dos resíduos nucleares do mundo e reduziria a duração da sua radioatividade de meio milhão de anos para “menos de 500 anos”.

Dilema do Armazenamento de Resíduos Nucleares

Entre 1954, quando começaram as primeiras centrais nucleares para a produção de energia elétrica barata, e 2016, foram acumuladas cerca de 390.000 toneladas de lixo radioativo. Destes, cerca de dois terços estão sendo armazenados principalmente em centrais nucleares inativas – enquanto o restante foi reprocessado. A maior quantidade de resíduos atômicos não tratados do planeta está atualmente na central de Sellafield, no Reino Unido.

No caso de Chernobyl a situação é bastante grave. Alguns dos reatores da usina ainda contêm uma enorme quantidade de resíduos que permanecerão perigosos durante dezenas de milhares de anos. Em 2019, um reator foi finalmente enclausurado sob uma enorme estrutura de aço e concreto. No entanto, a construção de 1,6 bilhão de dólares irá armazenar com segurança o material radioativo durante apenas cerca de um século, o que a torna apenas uma solução temporária.

Embora não exista atualmente nenhum local de depósito a longo prazo em funcionamento, a Finlândia está em processo de construção da primeira instalação deste tipo no mundo, ao custo de 3,9 bilhões de dólares, que deverá ser concluída até meados da década. Dado que nada deste tipo foi construído antes na história da humanidade, o projeto finlandês não surge sem enormes incertezas técnicas e fatores imprevisíveis que poderão comprometer uma instalação que as autoridades esperam que armazene resíduos nucleares durante pelo menos 100 mil anos.

Futuro Incerto da Energia Nuclear

De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica, a energia nuclear é responsável por cerca de 10% da produção de eletricidade do mundo, chegando a 20% em economias avançadas. A crise energética desencadeada pela guerra na Ucrânia e a busca pelo cumprimento do Acordo de Paris levaram muitos países, incluindo Bélgica, Canadá, China, Finlândia, França e Japão, a tomar medidas para alargar as operações nas centrais nucleares existentes e construir novas. Como resultado, a nova capacidade de geração dos reatores nucleares ao redor do globo aumentou cerca de 40% nos últimos três anos.

No entanto, a construção de uma usina nuclear é cara e leva tempo. As centrais atômicas, embora relativamente baratas de operar, custam bilhões de dólares para serem construídas e demoram muito mais tempo do que qualquer outra infraestrutura de energias renováveis, podendo chegar a até mais de uma década.

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